17.6.09

O anúncio da morte dos jornais é ligeiramente exagerado? It´s up to you, Boss.

Com a devida vénia, e em tradução livre, extractos do editorial de Graydon Carter na Vanity Fair de Julho:
"
Deus sabe que eu não sou de me queixar, e tenho a certeza que você também não, mas não começa a ficar um pouco cansado de estar sempre a ler sobre o passamento dos jornais - precisamente nos jornais? Não admira que os níveis de leitura estejam em baixo. Quem é que está com paciência para uma choradeira infinda sobre desgraças alheias quando a sua própria sorte está periclitante?" e mais adiante: "A minha sugestão para os jornais em toda a parte é que voltem a dar aos leitores uma razão para os lerem. Aqui vai uma ideia: agarrar uma boa história com apelo público generalizado, dedicar-lhe os seus melhores meios e recursos, dizer uma oração baixinho, e força, todos para a brecha."

Ou seja, tudo isto, multimédia, networking, plataformas cruzadas, multidisciplinariedade, é tudo muito bonito, mas sem a bela da historinha para encher o olho ao leitor, podemos todos ser muito modernos e "cost eficient", que não se vai passar muito disso. Carter segue com a análise do papel do "Daily Telegraph" de Londres no escândalo das despesas dos deputados que está a por a cena política inglesa a ferro e fogo. E avança com factos : "Apesar de a história ter sido dada em primeira mão no site, as vendas em banca aumentaram em 600 000 exemplares, o maior aumento em tempo de paz"

Moral do conto; se os estrategas da nossa imprensa, em vez de porem os seus jornalistas a fazerem de técnicos de audiovisual de opereta, voltassem a centrar-se no que deve ser o seu "core business", isto é, morder canelas, sacar histórias e dá-las à estampa, talvez o leitor agradecesse. E atrás do leitor talvez viesse aquela espécie tão apreciada, o anunciante.

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