19.10.09

FOTÓGRAFOS, VIDEÓGRAFOS E AFINS; CONTRIBUIÇÃO PARA UM DEBATE


O fotojornalista videógrafo Danfung Dennis algures no Afeganistão com a 
sua Canon 5d MkII  vestida para filmar. ©Joe Raedle/Getty


O problema que mais aflige a profissão, com especial incidência no fotojornalismo,  é a actual diminuição dos "fees", tanto em termos relativos como absolutos,  comparativamente ao que se auferia ainda há meia dúzia de anos. Tendência internacional, afigura-se como inelutável à maioria dos profissionais, que veem a sua dignidade posta em causa. Os grandes fabricantes japoneses de material fotográfico pressentiram o sangue, e tem desenvolvido em anos recentes uma panóplia de produtos hibrídos que partem de um berço "foto" para capacidades de registo videográfico cada vez mais performante. Vão naturalmente de encontro às expectativas de parte de uma classe no seu todo muito receptiva aos avanços tecnológicos, que tende a ver no video o prolongamento natural do seu mister, se bem que por razões diversas.


Assim, as hostes dividem-se entre aqueles, que como o muito nosso Manuel Almeida, acham genuinamente que a videografia é um media que em dadas circunstâncias é o prolongamento natural das suas capacidades de "storytelling". E outros, que mais comercialmente orientados, abraçam os novéis suportes de uma maneira mais pragmática. Como declaração de intenções, digo que caso chegue a tal, incluir-me-ei nesta segunda categoria. Mas a nuvem que ameaça o fotojornalismo tradicional, fácilmente faz chover sobre este  mundo. Ou seja, para alem da necessidade incontornável de seguir as piruetas da tecnologia, urge séria reflexão colectiva acerca da maneira mais eficaz de cobrar ao mercado este "upgrade" do produto visual fornecido. 

É minha sincera opinião que, ao avançar com excessivo voluntarismo, se corre o risco de "estragar" um outro mercado que tem os seus agentes estabelecidos, a juntar ao já tão maltratado campo da "still photography".

Sobretudo numa realidade como a nossa, cheia de contabilistas editoriais de mercearia, devidamente acolitados por um naipe de chefias intermédias entaladas entre a espada dos chefes e a parede dos indíos. E que como todos, navegam à vista.

À consideração  da plateia e com a devido agradecimento aos "links" do sempre atento David Clifford, pela inspiração para esta entrada.

1 comentário:

  1. Pois é , a resposta é tão facil.

    Nem toda a gente consegue contar uma historia com um frame

    Apenas os q são realmente profissionais, mas como é mt mais barato contractar estagiarios e malta que tem uma maquina e dizem-se Foto-jornalistas. Há que dar runtime afim de lá estar o FRAME da Historia.

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